por: diego el khouri
em posição fetal... corvos cantam a mesma música daquele hospital... agora sem ritmo e melodia... barulho de trem ensurdecido... só não é fantasma porque cago pra clichês! ela está ali do outro lado do país... passarinhos sorridentes vomitam serpentes. as chagas que você colocou debaixo do tapete esfrego minha língua e gargarejo na garganta o pus que a esperança lubridiou... não há lágrimas que não beijam faces e nem cânceres que não se tornam doces se há um alento duradouro nesse rio que namora fronteiras. estou só porque vesti a minha pele nesse corpo que nem coração tem... há um ovo frito no lugar apenas. onde ela está? essa desgraça chamada esperança? está aqui do meu lado escapando do mundo numa descarga de qualquer butequim da avenida goiás ou jacarepaguá. não importa. qualquer muquifo que morei trás um pouco de resistência em seu invólucro manto de fezes. um pouco...um pouco... um pouco... porque o resto é isolamento e escassez... e não adianta falar de política... a moedinha surgiu naquele começo de mês... a saúde só se deteriora porque a foice determinou... quem sacode a cabeça não espera mais ninguém.
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